quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

3º Dia da Saúde

DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2010
DAS 7:30H AS 15:00H
Exames gratuitos
Das 07:30h às 11:00h (em jejum) - Glicemia Capilar - adulto (com orientação de profissionais da Associação dos Diabéticos de SBC)
Das 07:30h às 15:00h - Pressão Arterial, Índice de Massa Corpórea (IMC), Exame Capilar de Colesterol
Das 7:30h às 15:00h – Avaliação do peso, altura, audição e visão em crianças de 5 anos à 18 anos.
Atendimento para Orientações: Nutricional, Psicológico e Fisioterápico.
Palestras
09h00 às 09h30 – Principais Fragilidades na Saúde do Idoso
10h00 às 10h30 – Câncer de Próstata e Câncer de Mama
11h30 às 12h00 – Acidentes na Infância – como prevenir?
13h30 às 14h30 – Alimentação Saudável – Aproveite melhor os alimentos
14h30 às 15h00 – Doenças na pele – como detectar?
Atividades lúdicas e de orientação estarão ocorrendo no local.
Traga as crianças! Elas também poderão participar!
Local: Centro Comunitário - Vila Paulicéia – SBC
Atrás da Igreja Nossa Senhora Aparecida
PARTICIPEM!
· Supermercados Reis
· Pizzaria Contra Mão
· Design Artes Gráficas
· Monimaq
· Espetinhos Rei da Faca
· Padaria Planeta Real
· Auto Posto Fevereiro
· Kostal
· SOCESP Sociedade de Cardiologia do Estado de SP
· Sociedade Brasileira de Cardiologia
· Associação dos Diabéticos de SBC

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Programa Bolsa Universidade abre inscrições para universitários

Programa oferece bolsa integral a universitários interessados em atuar nos finais de semana como educadores em escolas públicas que integram o Programa Escola da Família

O Programa Bolsa Universidade da Secretaria de Estado da Educação está com inscrições abertas. As vagas são para estudantes universitários interessados em atuar nos finais de semana como educadores dentro do Programa Escola da Família em escolas públicas de todo o Estado. Para se candidatar é preciso estar regularmente matriculado em uma instituição de ensino superior conveniada à Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) por meio do Programa; não receber outra bolsa, financiamento ou similar, proveniente de recursos públicos; e ter disponibilidade para atuar como educador universitário aos finais de semana em escolas estaduais ou municipais do Estado de São Paulo. As inscrições podem ser feitas até dia 12 de novembro no site http://escoladafamilia.fde.sp.gov.br , que também dispõe da lista com o nome das instituições de ensino conveniadas.

O estudante contemplado receberá bolsa integral de seu curso. A Secretaria arca com 50% do valor da mensalidade (com teto de R$ 267,00) e a instituição de ensino completa o restante do valor. Em contrapartida, o universitário atuará como educador nas unidades do Escola da Família, auxiliando no desenvolvimento das atividades previstas pelo Programa. Mais informações podem ser obtidas com a Central de Atendimento da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), pelo telefone 0800 777 0333 ou e-mail escoladafamilia@fde.sp.gov.br .

Sobre o Programa Escola da Família

Desde 2003, o Programa Escola da Família aproxima sociedade e escola promovendo a integração de estudantes, crianças, jovens, adultos e idosos com um trabalho que sociabiliza, diverte e educa a população. Por meio do Programa, as unidades escolares da rede pública de São Paulo são abertas aos sábados e domingos à comunidade local, para realização de atividades voltadas ao esporte, cultura, saúde e trabalho (que são os quatro eixos do programa).

As atividades são promovidas com o auxílio de profissionais da Educação, voluntários e educadores universitários e visam à inclusão social, tendo como foco o respeito à pluralidade e uma política de prevenção que concorra para uma qualidade de vida cada vez melhor. Só no primeiro semestre de 2010, participaram do Programa 2.677 escolas em todo o Estado, sendo 2.345 da rede estadual e 332 das municipais. No total, foram realizadas 1.479.925 atividades e registradas 27.867.339 participações da comunidade.

Publicado segunda - feira, 01 de novembro de 2010, 14h00, no site http://www.educacao.sp.gov.br/

sábado, 30 de outubro de 2010

Olimpíada de Língua Portuguesa - Textos vencedores da Etapa Escolar

Depois de muito esforço, trabalho e dedicação, que tornaram altamente difícil a escolha dos textos finalistas, dada a excelência na qualidade de suas produções, mérito da equipe escolar e de todos os alunos empenhados nesse processo, é com muita honra que publico os textos vencedores da Etapa Escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa, realizada na EE Ministro Laudo Ferreira de Camargo, com os 2º e 3º anos do Ensino Médio.

Com maior honra e alegria, faço saber que o texto da aluna Patrícia dos Reis Campos, vencedor da Etapa Escolar, foi o primeiro colocado na Etapa Municipal, classificado na Etapa Estadual e está concorrendo agora na Etapa Regional. Estaremos lutando, de 16 a 18/11/2010, para estarmos na grande final!!! Torçam por nós!!!

Parabéns a todos que, mesmo não tendo sido classificados, superaram-se em suas produções.

1º Lugar
Cultura e educação junto à comunidade

Patrícia dos Reis Campos

O lugar onde vivo é a cidade de São Bernardo do Campo, que possui 810.979 habitantes e se destaca pelas indústrias automobilísticas e moveleiras que nele se localizam.
Situado a noroeste do município de São Bernardo do Campo, está o bairro Paulicéia, onde resido, e nele estão presentes indústrias de destaque como a Mercedes-Benz, Mahle entre outras pequenas e grandes empresas.
Industriais com nomes de reconhecimento internacional ajudaram a promover atividades culturais e educacionais em nossa cidade, como foi o caso do produtor italiano Franco Zampari e pelo industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, que, em 4 de novembro de 1949, fundaram a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, ajudando a construir a história do cinema nacional, com personalidades como Amácio Mazzaropi, indiscutível campeão de bilheteria até a década de 70, transformando nossa cidade em uma espécie de “Indústria Cultural”, além da sua fama de “Capital do Automóvel”.
Penso que em uma cidade com esse histórico, as atividades culturais e educacionais são extremamente importantes e devem ser disponibilizadas à população de maneira que todos tenham acesso. Aqui na Vila, a Biblioteca Municipal Érico Veríssimo, fundada em 1978, antigamente se localizava na Rua Francisco Alves, no centro do bairro, e, desde 2005, foi transferida para uma de suas extremidades, na Rua Jacob Bandolim, devido à necessidade de reforma do prédio antigo.
O problema é que o que era transitório se tornou permanente, a reforma do antigo local não foi concluída e ainda encontramos dificuldades para o acesso ao acervo da Biblioteca, o que proporcionou a imensa diminuição de seus usuários. Muitos dos antigos frequentadores argumentam que a biblioteca parece ter sido esquecida pela Prefeitura, pois o que vemos hoje é um prédio todo pichado e se deteriorando com a ação do tempo, trazendo uma “poluição visual” a nossa comunidade. É importante salientar que no mesmo prédio onde funcionava a antiga biblioteca, funcionava também o Teatro Procópio Ferreira, onde eram oferecidas várias oficinas culturais à comunidade (teatro, violão, canto, literatura), o que fazia dele, além de um local de aprendizado, um local de lazer para a comunidade, uma vez que essas oficinas faziam apresentações para o público local e também recebia algumas apresentações de outras regiões.
Segundo o secretário de Coordenação de Ações Voltadas à Comunidade, Admir Ferro, o prédio antigo não era adequado ao atendimento do grande número de usuários, que evidentemente diminuiu após a mudança.
Na minha opinião as atividades culturais e educacionais exercidas na Biblioteca, por meio da leitura e projetos, como Contadores de Histórias entre outros, são essenciais para o lazer da comunidade e são um atrativo para os visitantes do munícipio.
Muitos argumentam que o local atual é mais silencioso e agradável, portanto, ideal para uma biblioteca. Outros ignoram a importância desse estabelecimento, defendendo o uso da internet para entreter e pesquisar.
Não se deve desconsiderar a importância da internet, entretanto, ela não pode oferecer os projetos educativos e culturais de uma biblioteca e muito menos substituir o prazer de folhear as páginas de um livro.
O gosto pela leitura e as atividades culturais devem ser trabalhadas nas bibliotecas junto à comunidade, por isso ela não deve ser isolada do público e deixada em segundo plano. Além disso, o Teatro Procópio Ferreira também deveria ser reformado, já que mais do que cultura, lazer e educação, ele representa uma parte da história da comunidade que deveria ser preservada, e talvez até tombado como Patrimônio Histórico e Afetivo Local.
Penso que a solução seria concluir a reforma do antigo local da Biblioteca, ou então a criação de um novo projeto que envolvesse a mudança para um local mais amplo e adequado, onde também pudesse ser reconstruído um teatro em local de fácil acesso para resgatar a cultura e a história do bairro, tornando-o um ponto atrativo para a visita de pessoas de outras cidades, estados e até mesmo países, funcionando como veículos que promovessem a nossa “Indústria Cultural”.
Assim, os moradores do bairro Paulicéia ficariam mais estimulados a participarem dos projetos e oficinas culturais da Biblioteca e do Teatro, valorizando então a importância desses locais, que representam lazer, educação, cultura e história e quem sabe começaria a nascer aqui uma infinidade de atores e escritores.
2º Lugar
Homens de Ferro x Meio Ambiente
Bianca Wellyngton

O lugar onde vivo é um município localizado no estado de São Paulo, chamado São Bernardo do Campo, contendo uma população de 810.797 habitantes. Seu formato assemelha-se a uma imensa bacia, pois além de rico em áreas hidrográficas seu clima e vegetação são típicos de áreas mananciais. Abrange uma população miscigenada, devido às implantações de grandes empresas, que nos beneficiam, mas também nos trazem problemas.
Em nosso município, uma das principais fontes de renda, são as empresas automobilísticas multinacionais como Mercedes Benz, Ford, Volkswagen, Scannia, Toyota e muitas outras, que geram milhares de empregos para nossa população, fazendo com que seus associados consigam sustentar e educar seus filhos através do lucro gerado pelas mesmas. Devido à sua rotina de trabalho maquinífico, podemos considerá-los como "Homens de Ferro", pois passam a maior parte do seu tempo lidando com "robôs", sendo assim, se tornam robotizados, pois sua rotina de trabalho se constrói em movimentos repetitivos, enquanto as máquinas tornam-se “humanas”, fazendo todo o trabalho manufaturado.
Mas algo que está em nosso dia-a-dia vem afetando não só estes trabalhadores, como também toda a população. O excesso de poluição atmosférica, não é causado só pelo seu processo produtivo, mas também pelo seu produto final. Penso que é indiscutível uma correção a estas falhas, pois além de sofrermos com os veículos em si, ainda temos de sofrer com toda esta combustão que nos rodeia.
Sem dúvida estas multinacionais trazem para nosso município lucro e reconhecimento, pois segundo dados da ARTEB, milhões de reais estão sendo aplicados por ano em pesquisa na região, o que resulta na contratação de mão-de-obra brasileira qualificada, otimização de custos, aumento de produtividade e conquista de novos mercados.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foram exportados US$ 4,491 bilhões em 2006. Esse resultado manteve a cidade em quarto lugar no ranking dos municípios que mais exportaram no Brasil, em terceiro do Estado de São Paulo e em primeiro do Grande ABC. É indiscutível que estes fatos nos fazem perceber a existência de benefícios, devido às implantações das mesmas. Mas também nos geram problemas, principalmente em nosso meio ambiental.
Penso que os aspectos negativos existem devido à poluição do ar atmosférico, pois episódios causados em décadas anteriores deixaram a população em pânico devido aos fortes odores, decorrentes do excesso de poluentes lançados pelas indústrias, causando mal-estar e lotando os serviços médicos de emergência.
Já os pontos positivos nos trazem a implantação de novos meios de educação e especialização, pois com a chegada das indústrias, foram criados na região centros técnicos especializados, como por exemplo: Termomecânica, SENAI, ETE e FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), além dos vários empregos gerados para toda a população.
Pessoalmente acho que são muitos os benefícios que devem ser considerados, afinal a maior parte de nossa população se mantém através desse meio. Mas também não podemos negar que a poluição nos preocupa cada vez mais, pois já sofremos muito com os gases emitidos devido ao excesso de veículos, principalmente em congestionamentos nos horários de pico (entrada e saída de funcionários nas indústrias).
Segundo a revista “Cidades do Brasil” os veículos motorizados lançam para a atmosfera uma infinidade de gases e outras substâncias químicas, todos eles de grande toxidade. Mesmo com a regulamentação estabelecida pelo Programa de Controle da Poluição Veicular, o problema da poluição atmosférica continua grave. Principalmente com engarrafamentos gigantescos e acidentes frequentes.
Está claro que esse é um problema que não poderá ser mudado de um dia para o outro, mas pessoalmente acho que as indústrias poderiam criar programas de conscientização ambiental, não só para seus funcionários, mas também fornecer meios educativos, ensinando as melhores formas de consumo do produto sem agressão ao nosso meio, melhorando assim a mão-de-obra, aprendizado e vida de seus trabalhadores.
Com a conscientização das empresas e com a responsabilidade e cumprimento das leis decretadas, tudo ficaria mais simples: basta abrir mão de uma parte de seu lucro, investindo em novas tecnologias e estudos científicos para que o meio ambiente não fosse afetado. Assim, todos poderiam desfrutar de um município melhor, pois com o excessivo crescimento tecnológico criou-se um meio ambiente no qual a vida se tornou física e mentalmente doentia, e os "Homens de Ferro” veriam em suas máquinas o futuro da industrialização e globalização crescendo de acordo com a evolução do homem, mas com humanidade, o que tornam os fatos bem diferentes.


3º Lugar
A Grande Capital Automobilística: Progresso versus Trânsito e Poluição
Lucas Martins

Vivo em São Bernardo do Campo, um município brasileiro do estado de São Paulo, que possui cerca de 408,45 km² e aproximadamente 810.979 habitantes. A cidade é conhecida como a Capital Automobilística e Moveleira da região. O fato que explica a fama da cidade como sendo a capital automobilística é o grande número de multinacionais do ramo que cercam a região, e também o grande número de escolas técnicas que lecionam em virtude das indústriais, promovendo assim cada vez mais a indústria de veículos no município.
Uma grande multinacional chamada Mercedes Benz chegou ao Brasil em 1954 e instalou-se em um bairro da cidade chamado Vila Paulicéia, que de fato é o bairro onde vivo. A empresa causou o grande surto de desenvolvimento do bairro, trazendo muitos empregos para a população.
A multinacional continua gerando empregos e atraindo a população, mas há uma desvantagem, pois o bairro se desenvolveu, e foi criado o Hipermercado Extra, localizado no corredor ABD, que fica muito próximo da Mercedes Benz do Brasil, e é justamente a saída que liga São Bernardo do Campo a outros municípios vizinhos como Santo André e Diadema, sendo assim, em certos horários do dia, o trânsito torna-se caótico, pois há pessoas que querem sair do município, outras que querem ir ao Hipermercado Extra, e também há a saída dos funcionários da Mercedes Benz do Brasil.
Segundo dados estatísticos de 2009 da Universidade Metodista de São Paulo, mais de 800 mil carros circulam diariamente em São Bernardo do Campo, sendo que a frota de carros do município é de 450 mil veículos.
Considerando o fato de que circulam mais de 800 mil carros por São Bernardo do Campo e a frota do município que é de 450 mil veículos, aproximadamente 350 mil veículos de outros municípios passam por São Bernardo do Campo, e “essa é uma peculiaridade da região”, comenta o diretor do Departamento de Engenharia do Tráfego de São Bernardo, Epeus Monteiro.
O trânsito traz consequências tanto para motoristas quanto para pedestres, pois há muitos riscos de engarrafamentos e acidentes, também trazendo risco para quem utiliza o transporte público. Além disso, os carros liberam poluentes, e entre eles há o dióxido de carbono que contribui para o efeito estufa e o aquecimento global, também há o monóxido de carbono, que é um gás venenoso, entre outros.
O grande número de carros nos mostra que essas empresas estão lucrando, tanto com a venda dos veículos quanto com o crescimento e a evolução devido ao grande número de funcionários, e esses fatores nos levam perceber que as empresas estão progredindo, trazendo, de fato, benefícios para a cidade.
Sendo que há aspectos negativos e positivos em relação a esse assunto, penso que apesar de trazer lucros e benefícios para as empresas e consequentemente para a cidade, o número excessivo de carros no município aumenta o índice de poluição do ar atmosférico e também o risco de acidentes e congestionamentos, que são fatores negativos que não devem ser apoiados, mesmo sendo ocultados por grandes aspectos positivos.
Esses problemas podem ser difíceis de resolver devido ao gasto necessário, que no caso, talvez não seja muito alto, pois suponho que as empresas possuem uma renda que permite o acesso a novas tecnologias e também ao estudo de novas tecnologias envolvendo catalisadores mais eficientes que possam reduzir cada vez mais a emissão de poluentes na atmosfera, diminuindo o índice de poluição atmosférica da região.
No caso do trânsito, seria necessária a elaboração de um projeto que venha a conscientizar os funcionários a utilizarem o sistema de transporte que a empresa oferece. Também pode ser utilizado o sistema de rodízio de veículos, como em São Paulo, onde os veículos só podem passar pela cidade se o último número da placa estiver de acordo com o dia da semana, sendo assim, uma grande parcela de veículos não poderiam passar pela cidade em certo dia da semana, e no caso da Vila Paulicéia, a questão poderia ser resolvida com a abertura de outra entrada para o Hipermercado Extra ou para o corredor ABD.
Enfim, o progresso da cidade é muito importante, mas a implantação de algumas medidas para amenizar o trânsito e consequentemente o número excessivo de veículos na cidade seria essencial, pois além de evitar congestionamentos e acidentes, poderá reduzir o índice de poluição atmosférica da grande Capital Automobilística.
Profª Rita Bordoni

domingo, 12 de setembro de 2010

“Releituras - Ciclo de Palestras Vestibular e Literatura”.

A partir do dia 04 de setembro, a PUC-SP apresenta o “Releituras - Ciclo de Palestras Vestibular e Literatura”.

Serão discutidas as obras literárias solicitadas nos vestibulares da FUVEST, PUC-SP e UNICAMP.

Todas as palestras serão gratuitas e ministradas por professores da PUC-SP, especializados em literatura.

Ciclo de Palestras Vestibular e Literatura

Todos os sábados de setembro e outubro das, 10h às 12h30

Confira a programação:

Setembro

04 O cortiço - Aluísio Azevedo
Prof. Erson Martins

11 Memórias de um sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida
Prof. Carlos Eduardo Siqueira

18 Auto da barca do inferno - Gil Vicente
Prof. Fernando Segolin

25 Vidas secas - Graciliano Ramos
Profa. Noemi Jaffe


Outubro

02 Iracema - José de Alencar
Profa. Juliana Loyola

09 Dom Casmurro - Machado de Assis
Profa. Maria Aparecida Junqueira

16 Antologia poética - Vinícius de Moraes
Profa. Ana Salles

23 Capitães da areia - Jorge Amado
Profa. Noemi Jaffe

30 A cidade e as serras - Eça de Queiros
Prof. Carlos Eduardo Siqueira

Local:

TUCA – Teatro da PUC-SP
Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
Informações:
marketing@pucsp.br
(11) 3670-8321

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O que está ausente no texto abaixo? Tente descobrir !!!!!

Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.
Pode-se dizer tudo, com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.

Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente, repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês.
Por quê? Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

domingo, 21 de março de 2010

REDAÇÃO DE ALUNA DA UFPE

Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE UniversidadeFederal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro:ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

"Sintaxe à vontade"

O Teatro Mágico
Compositor: Fernando Anitelli

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade, sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta tudo numa coisa só?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Vampiro de mim

Um céu, um ser, um solo...
cidade quase cemiterial.
Entre as nuvens esparsas e negras
lua cheia, chuva e neblina
um vampiro a me seguir.
Entro, saio, corro, páro, pulo, sacolejo...
viro, danço, passo por avenidas e becos.
No chão molhado procuro a minha face
desprendida num corpo etéreo.
Multidão de silhuetas onde circulam meu fluido vital
vão, vem e se cruzam, mas, para onde vão?
São elas meus pensamentos, caminhos do bem ou do mal?
De repente, numa esquina, uma única sombra.
Comigo só solidão.
Vou devagar... me arrastando no muro enquanto a sombra vai crescendo mais e mais...
Num monte de lixo, atrás do poste, um pedaço de madeira...
Tento pegar sem nenhum ruído...e...quando me levanto,
uma gargalhada solta e me encara...
Num súbito impulso, cravo a estaca em seu peito!
...e ao ouvir ecoar o grito da dor vizinha,
só então percebi que a sombra que matei era minha!
Sou eu, vampiro de mim,
uma alma triste e vazia...
na cidade deserta... que nunca tem
FIM!

O ascensorista

Profissão estúpida!!!... eu diria há algum tempo atrás. Percebo agora que não existem profissões estúpidas, mas pessoas estúpidas. A maioria é.

Vi hoje um ascensorista no Hospital dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo. Que graça teria uma profissão em que se passa o dia sentado, apertando botões, subindo e descendo de um andar para o outro? – Nenhuma, não é? Mas veja só:

- Bom dia, gente! Vamos entrar, vamos entrar, vamos entrar! Cadeiras de rodas e muletas, primeiro! (e o elevador começou a encher...).
- Vamos, gente, coração de mãe sempre cabe mais um! Tem muitas mães aqui? Vamos dar uma apertadinha! Ô, velho safado, não é essa apertadinha, não!!! (elevador lotado,2º andar).
- Pessoal, mais uma mocinha quer entrar, vamos puxar ela pra dentro? (...era uma senhora de uns 70 anos!)
- Obrigada pelo “mocinha”! (com um sorriso no rosto).
Disse uma moça:
- O Senhor é engraçado, só pode ser ator do Casseta e Planeta!
- Xiii, moça, neste planeta estou é cassetado! (risos no elevador... 3º andar, e eu desci com a minha mãe.)
Mas vejam, só foram necessários três andares para que este homem se tornasse imortal. Ele não era médico, mas tinha a receita da alegria e a certeza de que estava fazendo o seu melhor. Este é o lado belo da vida. Nesse hospital, a cura começou no elevador...
Este homem não era um ascensorista, mas um elevador de almas!

Amor e morte

Sereno na madrugada.
Gotas caem pesadas.
O orvalho é o choro da flor despedaçada.

No paladar a lágrima salgada.
Salgada.
Salgada como as vagas do oceano...

Nele quero nadar...
Nadar e me afogar.
Já não existe a lua de prata.

Nasce o sol... sou ave ferida na alvorada!
O vento carregou o pólen que daria o fruto.
O tempo mata o sentimento, mata o amor...
Então mata tudo!

Aquele homem...

Há certas coisas na vida que não têm explicações, simplesmente acontecem. A história que segue é uma delas.


Era meio dia e meia, do mês de abril. Eu estava indo para a escola onde trabalho como professora de Língua Portuguesa, quando um homem, do outro lado da rua, parou-me:
- Ei, você! Dá pra me ajudar a atravessar a rua?
Fiquei um tanto quanto assustada, pois o homem, embora tivesse deficiência nas pernas e usasse uma bengala, era perfeitamente capaz de atravessar a rua sozinho, mesmo porque, a rua era pequena e não era movimentada. Olhei então para sua cintura, a fim de saber se portava alguma arma. Depois olhei-o todo: era um homem bastante magro, de pele bronzeada de sol, cabelos negros e usava bigode. Nunca fui boa para idades, mas aparentou-me uns quarenta e poucos anos. Como não visse algo que pudesse amedrontar-me, aproximei-me dele e estendi-lhe o braço, a fim de que ele se apoiasse. Nisso, ele parou e ficou olhando alguns instantes no fundo dos meus olhos. Depois segurou meu braço e atravessamos a rua. Passavam crianças indo à escola e alguns homens e mulheres que trabalhavam numa fábrica em frente à rua. Observaram a cena demoradamente. Quando chegamos do outro lado da rua, ele olhou-me novamente nos olhos e disse:
- Se eu tivesse um dia que me casar, casaria com uma pessoa como você. Você é uma moça muito bonita!
Quando disse-me isso, coloquei imediatamente a mão na cabeça e pensei que ele fosse um safado, um metido a conquistador, um daqueles homens que encontramos aos montes pelas ruas. Pensei até que estivesse embriagado. Porém, a firmeza com que olhava-me e mantia-se na sua aleijadez em pé impressionou-me. Ele perguntou:
- Você acredita no amor eterno?. A pergunta pegou-me de supetão e até comoveu-me. Demorei para responder. Buscava uma resposta, no mínimo, sensata.
- Depende. Ele ficou meio bravo:
- Como depende? Ou acredita ou não acredita!
- Depende do que se entende por eternidade e também de quem se ama.
- Por que de quem se ama?
- Porque às vezes acontece de termos um sentimento tão forte, tão bonito por uma pessoa e ela maltrata tanto este sentimento que ele vai se tornando dor e sumindo aos poucos. Muitos já compararam o amor a uma flor, que se cultiva. Além disso, eu o comparo a uma flor, que é frágil e de existência efêmera, cuja efemeridade depende do cultivo.
Ele disse algumas palavras em latim, outras em francês e depois:
- Ah, então você é igual ao Vinícius que diz para o amor “que seja infinito enquanto dure”?
Assustei-me dessa vez, pois citara um verso do meu poema favorito “Soneto de fidelidade”, de Vinícius de Moraes. Respondi:
- É. Aí ele disse, meio que censurando-me:
- Uma pessoa tão jovem e bonita como você não acredita em amor eterno?
- Já me apaixonei e acreditei que também amava, mas percebi que só o amor que sentia não bastava. A sociedade exige regras e conveniências e o amor é livre, não sobrevive à regras. Então ele, num tom profundo, disse-me:
- Pois saiba que eu estou cansado de amores pequenos e só quero amar se o amor que tiver for puro e eterno, porque esse é o amor que vale. Disse-me depois que tinha 51 anos.

Como eu estava com pressa para chegar à escola, pedi licença para retirar-me. Ele disse-me:
- Vá, o mundo continua suas buscas e eu a minha.

Fui, pensando naquele homem que antes causara-me medo e receio e agora curiosidade. Em outra situação, passaria horas a conversar com ele. Estou acostumada a ser parada na rua por alguém que pergunta as horas, pede informações, que pede dinheiro ou que queira vender alguma coisa, mas nunca tinha sido parada por alguém que...

...exatamente! Aquele homem, que era fisicamente debilitado, tinha a consciência sã e um estado de alma invejável. E, embora parecesse loucura, acreditava no amor puro e eterno e entre tantas coisas que acontecem na correria do dia-a-dia, nessa neurose que assombra as pessoas, que as fazem deixar de viver suas próprias vidas e não perceber as coisas que significam,

...aquele homem parou-me para falar de amor!

Estes versos são retalhos...

Aqui choro minhas dores,
minhas mágoas,
minhas mentiras,
minhas flores.

Abro o compasso,
fecho o círculo.
Abro a discussão,
desabo o circo.

As palavras se espalham
como cartas de baralho.
Nas entrelinhas, me embaraço.
Sou uma nave perdida no espaço.

Há uma barata tonta no assoalho,
pés descalços no cascalho.
Estes versos são retalhos,
retalhos de um coração...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Por que a poesia em tempos de indigência?

O Essencial

Alta tecnologia. Velocidade. Informação. Indigência!
Homens por robôs, prosas por chats, cartas por e.mails, o contato humano sendo perdido dia-a-dia.
Uma informação acaba de ser dada e, dentro de segundos, ela já é velha. Mal há tempo para assimilação. O mundo é engrenagem. Já não existe noite e dia. Sabe aquele dia de 72 horas que de vez em quando todo mundo pede a Deus? Quem disse que Ele não ouviu nossas súplicas? Ele está aí, em toda nossa tecnologia, nós é que não o acompanhamos!
Existe uma correria, uma porção de regras a serem obedecidas do abrir ao fechar dos olhos, a violência por dinheiro, por fama, por nada. Uma neurose, decorrente do medo desse mundo, da pressa e da falta de confiança que acaba sendo gerada assombra as pessoas e fazem-nas agir como se existisse em torno delas uma camada que as separam do resto do mundo e que, embora pareçam livres, estão presas, algo que fazem-nas deixar de viver suas próprias vidas. Livres porque perante à lei e à sociedade assim somos reconhecidos, porém presos em nossas vontades, individualidades e desejos, que em meio a tudo isso, acabam sendo sufocados.
Falo de pessoas indigentes em tempos de indigência, de pessoas que vivem na mais completa pobreza, na miséria, de pessoas a quem falta o essencial; e o essencial não são roupas, comidas, bebidas, moradia, assistência médica: isso é condição de vida. O essencial são os valores humanos: a amizade, o carinho, o amor, a gratidão, o companheirismo, a solidariedade, a religiosidade, o respeito, a cidadania, a dignidade, a honra.
Na medida em que perde seus valores, o ser humano perde também sua identidade, mas através da poesia revela os gritos e desejos mais profundos de sua alma. Eis que a poesia é mágica: transforma o real no imaginário e o imaginário no fantástico e retrata cada ser humano, único em idéias e sentimentos... sentimentos esses que em muitas vezes são de dores, de decepções, de desilusões, de desesperança, de fracasso, sentimentos vazios... mas também podemos falar de sentimentos cheios, que transbordam, que contagiam, que rejuvenescem, como por exemplo explicar o mistério de um dia de inverno, o lirismo de uma manhã de primavera, a ternura de um entardecer de outono e as expectativas de uma noite enluarada de verão, da emoção de um casal que observa o brilho ofuscante das luzes elétricas numa noite de garoa, do contentamento ao rever alguém muito querido e matar a saudade, da alegria proporcionada por um aperto de mão ao se fazer as pazes, na intensidade do sono pesado de um menino que brincou o dia inteiro, no contentamento de um homem que chega exausto do trabalho e encontra seu cão a receber-lhe no portão e a balançar-lhe o rabo, na satisfação que um pai de família tem em ver sua mesa farta.
A poesia é a esperança do Homem e existe para que perceba as coisas que realmente significam, para guiá-los de volta aos seus valores, pois somente esse resgate será capaz de transcender a barreira dos olhos do Homem e chegar ao seu coração. Sem a poesia e sem esses valores, a cada segundo assassinaremos a esperança daqueles que ainda acreditam que entre trovas e versos, uma caneta e um papel, um monitor e um teclado existam palavras, frases ou histórias que sirvam de conforto e alimento para fazê-los fugir da condição de indigentes.

Rita Bordoni